quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Dom Quixote por Milton Amado

"Quem menospreza meus bens?
_Desdéns.
Quem aumenta meus queixumes?
_Ciúmes.
Quem me prova a paciência?
_Ausência.

Assim na dor sem clemência
nenhum remédio se alcança
pois me matam a esperança
desdéns,ciúmes e ausência.

Quem me causa tanta dor?
_Amor.
Quem manda os tormentos meus?
_Os céus.
Quem,desta glória,o assassino?
_Destino.

Assim receio e imagino
que esse estranho mal me mate,
pois me dão feroz combate
o amor,os céus e o destino.

Quem mudará minha sorte?
_A morte.
O bem do amor,quem o alcança?
_Mudança.
E seus males,quem os cura?
_ Loucura.

Assim não será cordura
quem curar a paixão
quando os remédios são
morte,mudança e loucura"

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Original?

Originalidade,termo que tantos adoram.Termo que é bem visto por falsos intelectuais,ao pedir para que não sejamos cópias,clones e adjacências. Gritar em todo canto,citar esse movimento original é tão ultrajado e ínfimo como aqueles que eles criticam.É tão igual aos outros quanto aqueles a quem criticam.
No final todos somos humanos fraquejantes e que almejamos as mesmas coisas.Dinheiro,fama e uma pessoa legal pra dormir na mesma cama qua a gente.
Somos todos iguais,todos cópias,nunca originais.Infelizmente é a nossa sina.

Uma noite na vida

Enquanto os carros se agitavam nas ruas Fábio estava lá,sentado na sacada de seu apartamento.Era um poço de preocupações vestidos de saudade viva. Rosto que se expunha ao vento noturno,acompanhado de um cigarro e um trago de pinga. Tão jovem e tão velho. Espírito calmo,mas de tortuosa índole.Acompanhado de seus mestres musicais sentia uma espécie e arrependimento.O porque nem ele sabia,um arrepender de estar vivo,de não ter morrido naquela tarde em Uberlândia.Repito:tão jovem e tão velho.Como onda que vem e volta ao mar ele prosseguia com seu olhar atento ao projétil lunar.Pensando na possibilidade de passar por cima de seu grande amor pelas pessoas para alcançar seu mais ambicioso sonho.Ele não era capaz de acreditar que teria coragem,pois bem,ele é perfeitamente capaz.

ET

Descobri que não sinto falta de lugares.De fato isso me deixa profundamente desiludido.
É como se eu não pertencesse a nada,como se não fizesse parte de absolutamente nada.
Mas eu sinto falta das pessoas,menos do que eu posso sentir e mais do que elas merecem.
Sinto falta de seus sorrisos,de suas piadas,de sua respiração e eteceteras todos.
Me sinto um extraterrestre vagando num mundo que ele odeiam,mas rodeando das vidas que ele mais ama.Estranho..